segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Boa Notícia

Nenhuma notícia é boa notícia. E não há verdade semelhante que dê à atual sociedade tão óbvia afirmação, não se baseando apenas em veiculação jornalística mas, principalmente, na recepção pública do fato, tornando-nos suscetíveis e acuados a ponto de vivermos atentos em uma cláusula imposta pelo excesso de informação, tal como causam as barbáries e o apunhalamento final da mídia. Explico. Centenas de assaltos, mortalidade infantil, homicídios, vingança, trâmites, rusgas, acovardamento, tombamento, falência súbita, reais iniquidades contra si próprio, a um e a muitos preenchem diariamente os regitros do poder executivo, e assim como o legislativo e o judiciário. E o quarto poder, ou então conhecido noticiário dispõe-nos de sua labuta e relatar, por volta das seis horas da noite, eloquentes como um pastor, conclusivos como um indignado acerca do cotidiano não próspero. Entendo que a continuidade dos fatos é uma conduta jornalística, mas, por Deus entendam não é uma boa música a ser ouvida repetidas vezes.
O tempo válido em nossa vida é dedicado ao trabalho e obrigações. E o tempo de lassidão que temos para encurvar na poltrona, restabelecer a mente e vaguear em pensamentos, meditar e convalescer o espírito, isto, não dispomos a nós próprios uma hora ao dia o exercício de pensar livremente. Também não é válido o tempo para discutirmos assuntos, opniões, reflexões e até asneiras, pergunto. É também inválido o tempo para ouvir a crônica das crianças na saída da escola, olhar uma figura interessante que ande pelas ruas, a poesia de uma boa música repetidas vezes, pergunto.

2 comentários:

  1. Infelizmente é assim... a boa noticia própriamente dita, aquela sem parcelas politicas, tendencias futebolisticas, parcerias economico-sociais, essa jamais sera denominda de novidade, e jamais sairá nos jornais...Porque o "viveu feliz para sempre é so para as criançinhas".

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  2. pois é, uma sociedade leiga sobre seus próprios pensamentos;
    é triste pensar que nós também fazemos parte dessa realidade - pois todos estamos aprisionados à obrigações.
    "e nem tudo acontece como nos contos de fadas..."

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